Essa é uma pergunta muito comum para quem busca empreender na área de finanças pessoais! Existe um campo vasto de oportunidades e, com isso, muitas dúvidas podem surgir sobre como atuar e o que oferecer aos clientes.
Separamos as principais diferenças entre estas duas profissões para que você possa escolher qual delas faz mais sentido para sua trajetória.
PFP = Planejador Financeiro Pessoal
AAI = Agente Autônomo de Investimentos
Escopo do Trabalho
PFP: O Planejador Financeiro Pessoal precisa alocar a maior parte do seu tempo para discutir a vida do cliente ou família em todos os seus aspectos: histórico com dinheiro, planos para o futuro, hábitos financeiros, relações familiares, diagnóstico atual, situações pontuais etc. Com toda esta base de informações, esse profissional consegue ter uma visão neutra de todo o “quebra-cabeça” para ajudar a montar as peças em torno de um plano financeiro.
Como consequência deste plano, aí sim podem haver discussões específicas em áreas como investimentos, seguros, estruturas patrimoniais e assim por diante.
Fazendo um paralelo com a área da saúde, o Planejador pode ser comparado a um Clínico Geral que aloca a maior parte do tempo para entender a situação e o diagnóstico, para somente no final falar de algum tratamento e acompanhamento necessários.
AAI: O Agente Autônomo de Investimento, por outro lado, aloca a maior parte do seu tempo para estar bem informado sobre os melhores investimentos de sua “prateleira” e cenários macroeconômicos. Tudo isso para direcionar* ao seu cliente o que considera ideal em termos de rentabilidade, risco e liquidez.
Também fazendo um paralelo com a área de saúde, o Agente Autônomo seria o farmacêutico que sabe tudo sobre os possíveis remédios e indica o melhor àquele cliente que o procura para dar sequência no tratamento indicado pelo médico.
* O AAI sempre trabalha em conjunto com outros profissionais dentro de sua “plataforma” especializados em administração, gestão e análise de investimentos, por isso quando usamos o termo “indicar” ou “direcionar” investimentos estamos nos referindo ao trabalho em equipe destes profissionais.
Remuneração
PFP: O Planejador Financeiro Pessoal presta um serviço ao seu cliente e, por isso, é remunerado diretamente por ele. A cobrança pode variar por hora, por projeto, por período (mensalidade ou anuidade por exemplo), por reunião… Não existe um padrão e nem modelo ideal, já que a relação entre planejador e cliente pode ser determinada caso a caso.
O Planejador também pode ser remunerado pela intermediação de negócios, já que sua atuação possibilita a indicação de parceiros para determinadas soluções. Ex: O Planejador identifica a necessidade específica de um planejamento tributário e indica um advogado especialista nessa área. Pode haver um acordo comercial entre os dois para uma remuneração por indicação. O importante é que isso seja tratado com extrema transparência para o cliente.
AAI: A renda do Agente Autônomo é baseada na comissão pela intermediação dos investimentos. Dessa forma, a remuneração deste profissional depende da quantidade de clientes atendidos, dos valores investidos e das condições negociadas em termos de comissão a ser paga por transação pela corretora.
A CVM estabelece que o AAI somente pode receber através destas comissões, portanto não pode haver qualquer outro tipo de remuneração.
Por ganharem comissões, os agentes devem evitar ao máximo o conflito de interesses para indicarem os produtos mais adequados para o investidor e não aqueles que geram maior comissão sobre a venda.
Público-alvo
PFP: É mais fácil perguntar: “Quem NÃO é público-alvo para um Planejador Financeiro?”. Pelo caráter mais holístico do trabalho, não existe um perfil de cliente ideal para este profissional, afinal, todos que lidam com dinheiro deveriam ter o seu planejamento financeiro bem feito.
Normalmente, o Planejador Financeiro se especializa em algum nicho para se diferenciar e também conseguir demonstrar melhor o seu valor naquele público, conseguindo assim um maior índice de sucesso e referências de novos clientes. Exemplos de nichos: por nível de patrimônio (endividados, em construção ou alto patrimônio), por atividade (médicos, advogados, empresários etc.), por localidade, por idade, por gênero…
AAI: O Agente Autônomo foca em clientes que já tenham algum patrimônio constituído e uma reserva financeira para investimentos. Obrigatoriamente, seu público-alvo precisa ter algum dinheiro para alocar em sua grade de produtos, não sendo interessante, por exemplo, clientes sem dinheiro para investir ou que prefiram manter todo o seu patrimônio em imóveis ou na empresa da família.
Resultados esperados
PFP: O resultado do trabalho de um Planejador é um plano financeiro bem feito, que leva em conta a situação atual, os objetivos e o perfil comportamental de seu cliente.
Este plano é construído em conjunto para que haja engajamento por parte do cliente na implementação e pode conter diferentes tipos de soluções envolvendo especialistas em áreas específicas (ex: advogado, contador, agente autônomo de investimentos, corretor de seguros etc.).
O trabalho não acaba no plano em si, já que o Planejador pode ajudar seu cliente na implementação e posterior acompanhamento nas mudanças naturais de vida.
O plano financeiro é como um trilho e o Planejador ajuda seu cliente a se manter nele ou então desenhar rotas alternativas caso necessário.
AAI: O resultado do trabalho de um Agente Autônomo de Investimentos é uma sugestão de portfólio de investimentos que leva em conta os objetivos de rentabilidade, liquidez e risco do investidor.
O Agente Autônomo de Investimentos também deve manter um olhar atento sobre alterações no cenário macroeconômico, performance dos investimentos e objetivos do cliente para sugerir ajustes no portfólio quando necessário.